Safra 2020/2021: moagem da cana-de-açúcar atinge 42 milhões de toneladas em MS

IVIAGORA


De 1º de abril até 15 de novembro a moagem de cana-de-açúcar totalizou 42 milhões de toneladas em Mato Grosso do Sul.  A quantidade é 2,5% menor com relação ao mesmo período do ciclo passado, no entanto, é a menor diferença registrada desde o início da safra 2020/2021. Os dados são da Biosul (Associação de Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul).

A redução do atraso, para o presidente da Biosul, Roberto Hollanda Filho, é resultado, principalmente, do bom aproveitamento de tempo que as unidades tiveram nas lavouras durante a primeira quinzena de novembro. “Com menor volume de chuvas, as usinas imprimiram mais ritmo no campo, o que minimizou o início mais lento que tivemos neste ciclo”, afirma.

A concentração de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de cana atingiu 141,68 kg, o que significa uma melhora na qualidade da matéria-prima de 3,3% com relação ao mesmo período do ciclo 2019/2020.

Etanol e Açúcar

A produção de etanol somou 2,5 bilhões de litros, volume 17% menor comparado ao ciclo anterior. Desse total, 1,9 bilhão de litros corresponde a etanol hidratado (-21%) e 591 milhões de litros de anidro (-3%).

A produção de açúcar, que sinalizou recuperação neste ciclo, alcançou 1,6 milhões de toneladas, quantidade 126% maior com relação à safra passada.

Mix

Os dados de produção são refletidos no mix das indústrias com aumento de 124% na destinação da matéria-prima para o açúcar que saltou de 12% para 29% no comparativo com o último ciclo. Ainda assim, o percentual para a produção de etanol é de 71%, dentro da média esperada para o Estado, que é o quarto maior produtor do biocombustível no País.

Entressafra

Apesar da menor incidência de chuvas no Estado favorecer o ritmo da colheita nas lavouras, os fatores climáticos requerem atenção dos produtores para a reta final do ciclo que segue até 31 de março de 2021.

“Monitoramos as previsões do clima para cada quinzena, assim como a influência de fenômenos como a La Niña que deve se acentuar entre dezembro e janeiro, segundo institutos de meteorologia, e pode impedir ou reduzir a ocorrência de chuvas no Estado, o que pode comprometer o crescimento da cana a ser colhida na próxima safra”, afirma Hollanda.

Com relação ao intervalo das unidades no Estado, Hollanda afirma que o início mais lento da safra fez com que o cronograma de moagem se estendesse. “Nesta temporada o intervalo das unidades produtoras chegou mais tarde com relação ao cronograma que tivemos ano passado. Iniciamos dezembro com 10 unidades ainda em operação, o que sinaliza um bom aproveitamento até março, claro, se as condições climáticas nos favorecer”, completa o presidente da Biosul.