Atvos cria programa para promover equidade de gênero

IVIAGORA


A Atvos, uma das maiores produtoras de bioenergia do País, estruturou um programa específico para ampliar a participação das mulheres em todas as áreas e níveis. Na primeira fase, a empresa concluiu um amplo mapeamento de mulheres com potencial para assumir posições de liderança em suas nove unidades agroindustriais. Com nove mil funcionários, as mulheres representam 15% do efetivo da Atvos, percentual acima dos 9,2% do setor, segundo Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

“Embora tenhamos uma porcentagem acima da média do setor, está abaixo do ideal. Por isso, desenvolvemos um plano com ações no curto, médio e longo prazo para criar um ambiente onde as mulheres encontrem oportunidade e possibilidade de permanência e crescimento, para que a meritocracia possa prevalecer”, reforça Silvana Sacramento, diretora de Pessoas da Atvos.

Na etapa de diagnóstico foram identificadas 60 mulheres com potencial para assumirem cargos de liderança. Essas profissionais integram um programa de aceleração que abrangerá cursos em conhecimentos técnicos específicos, workshops para desenvolvimento de habilidades comportamentais e mentoria.

Como parte do levantamento, também foram identificadas quase duzentas mulheres com potencial para se tornarem especialistas e serem promovidas em suas áreas. No início do ano, um treinamento exclusivo para mulheres formou 13 operadoras de trator. As participantes, identificadas no mapeamento, atualmente exercem outras funções na Atvos. “Com isso, quando as vagas surgirem, serão ocupadas internamente dando possibilidade de ascensão profissional para essas integrantes. O programa de Onboarding Operacional Agrícola já existia e havia formado 48 profissionais para operação de caminhões, tratores e colhedoras, porém, com pouca adesão das mulheres”, explica Silvana.

A empresa aprovou sua Política de Diversidade e Inclusão, reforçando o compromisso em respeitar e valorizar as diferenças em todas as suas dimensões – raça, etnia, gênero, condição física, entre outros. A alta liderança passará a ter metas para acompanhamento e avaliação.

Para sensibilizar e engajar a liderança sobre a importância da criação de um espaço diverso e inclusivo, cerca de 50 pessoas participaram de encontros sobre vieses inconsciente e como esses preconceitos e estereótipos interferem na gestão de equipes e carreiras.

Como forma de evitar a influência de vieses inconscientes em contratações e demissões, a empresa adota algumas medidas como análise por gênero dos desligamentos voluntários e involuntários, linguagem inclusiva no anúncio das vagas e avaliação de currículos sem identificação.

A atuação nas novas fronteiras agrícolas dos estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul traz um desafio adicional para a empresa que é formar profissionais em atividades sem tradição local. Para Silvana, o esforço é duplo nessas regiões. “Além dos obstáculos culturais, também há pouca mão-de-obra especializada para a agroindústria. Por isso, trabalhamos em duas frentes – familiarizar a comunidade  em relação à atividade sucroenergética e trazer as mulheres para esta frente”.

A empresa formou 25 moradoras  da comunidade para atividades na agroindústria em um programa de capacitação exclusivo para mulheres. Em 2019, a empresa reuniu mais de 1,5 mil pessoas em oito cidades para discutir a inserção das mulheres no mercado de trabalho, provocando a participação dos homens nesta agenda.

As iniciativas da Atvos estão alinhadas aos Princípios do Empoderamento Feminino da ONU Mulheres, aos quais a empresa aderiu em 2019, tendo como prioridade três frentes: liderança corporativa de alto nível para a igualdade de gênero; garantia de saúde, segurança e o bem-estar de todos os trabalhadores e trabalhadoras e promoção da educação, formação e desenvolvimento profissional das mulheres.