Atvos encerra safra com emissão de 2,4 milhões de créditos de descarbonização

IVIAGORA


Uso do biocombustível produzido nas unidades de Costa Rica, Nova Alvorada do Sul e Rio Brilhante, no Mato Grosso do Sul, foi responsável por evitar que mais de 1 milhão de tonelada de gás carbônico deixasse de ser lançado na atmosfera.

Atvos, empresa de bioenergia, encerrou a safra 2020/2021 como a principal emissora de créditos de descarbonização dentro do programa Renovabio - Política Nacional de Biocombustíveis desenhada para que o Brasil atinja parte de suas metas de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) na matriz de combustível estipuladas no Acordo de Paris. Segunda maior produtora de etanol do Brasil, a Atvos disponibilizou para comercialização, na safra 2020/2021, um total de 2,4 milhões de Cbios, como são chamados os títulos de descarbonização.

Em 2020, com 1,8 milhão de títulos comercializados, a empresa foi responsável por aproximadamente 12% do total de 14,5 milhões de CBios que foram estabelecidos como metas de descarbonização para o ano passado.

"Temos potencial para contribuir com cerca de 10% do volume total dos créditos de descarbonização estabelecidos como meta do Renovabio para este ano", destaca Marcelo Mancini, vice-presidente comercial da Atvos. Essa participação considera a meta atribuída pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) que definiu 24,86 milhões de títulos a serem adquiridos pelas distribuidoras de combustíveis fósseis em 2021.

Com oito unidades agroindustriais operacionais certificadas junto à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a Atvos tem potencial para escriturar 2,5 milhões de títulos por safra. Esse montante pode representar uma possível receita de mais de R$ 100 milhões, considerando o valor médio de comercialização na B3 durante o ano de 2020, de R$ 43,66.

"Seguimos em busca contínua de melhorias nos indicadores de carbono em nossas operações. Concluímos a automatização dos dados, o que traz ainda mais confiabilidade para as informações, e estamos nos preparando para recertificar todas as unidades", adianta Amaury Pekelman, vice-presidente de sustentabilidade da Atvos. "Este é um importante ganho ambiental proporcionado pelo Renovabio que incentiva a redução de emissões em toda a cadeia produtiva", conclui.

Cada CBio representa 1 tonelada de gás carbônico que deixou de ser lançado na atmosfera a partir do uso de combustível limpo. Com isso, no total, a Atvos contribuiu para que 2,4 milhões de toneladas de gás carbônico deixassem de ser emitidos.

O que é CBio

Para viabilizar as obrigações assumidas pelo Brasil na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2015 (COP 21), foi estabelecida em 2017, a Política Nacional de Biocombustíveis (Renovabio). O país estabeleceu metas anuais de descarbonização para o setor de combustíveis, com o intuito de aumentar a participação de bioenergia na matriz energética brasileira para aproximadamente 18% até 2030.

O Crédito de Descarbonização (CBIO) é um dos instrumentos adotados pela Renovabio como ferramenta para atingir essa meta. Ele é emitido por produtores de biocombustíveis, devidamente certificados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), com base em notas de eficiência energética, índices de carbono e comercialização de etanol. Aos distribuidores de combustíveis fósseis foram atribuídas metas individuais e anuais de descarbonização calculadas pela ANP, com base na proporção de combustíveis fósseis que comercializam. Para atingir tais metas, os distribuidores devem adquirir CBIOs. Cada CBIO corresponderá a uma tonelada de gás carbônico evitado.