Policial
Inteligência do crime: superdinamite do PCC usada em resgates de MS vira febre em SP
IVIAGORA
Seja em metalon ou em cartuchos de plástico, a superdinamite usada por facções criminosas, como o PCC (Primeiro Comando da Capital) em mega-assaltos nos grandes centros urbanos, já era usada em Mato Grosso do Sul há tempos, no resgate de presos ou pelo chamado cangaço noturno.
O que virou febre em São Paulo recentemente já foi usado em 2016 em uma explosão ao Banco do Brasil, na cidade de Sonora a 351 quilômetros, que destruiu a agência. Na época, os criminosos chegaram a encurralar os policiais na delegacia enquanto outra parte do bando explodia a agência.
A diferença entre os explosivos usados agora pela facção na grande São Paulo é apenas a ‘roupa’, o metalon já que com este sistema, os criminosos podem comprimir mais os explosivos e misturá-los com emulsão e pólvora dando maior poder de destruição.
Mas, a base continua sendo a mesma - explosivos de pedreira - que são usados por criminosos no Estado. Neste caso, os explosivos são encartuchados em plástico, tendo também mesmo poder de destruição, que a superdinamite.
De acordo com o major Souza do Bope (Batalhão Operações Especiais), os explosivos foram muito usados pelos criminosos no chamado cangaço noturno o que facilitava para os bandidos a ausência de pessoas nas agências, dano mais rapidez na hora da fuga.
Ainda de acordo com informações policiais, em Mato Grosso do Sul, a facção criminosa tem como base o tráfico de drogas e armamento, diferente dos grandes centros urbanos como Rio de Janeiro e São Paulo.
Cangaço noturno
O cangaço noturno em Mato Grosso do Sul começou com o fracasso do novo cangaço em 2006 nas cidades de Costa Rica, Pedro Gomes e Sonora.
Em 2011, os criminosos optaram pelas explosões aos bancos durante a noite escolhendo sempre cidades menores, mas com grande fluxo de dinheiro por causa de indústrias e lavouras. Antônio João, Aral Moreira, Sonora, Pedro Gomes, Paraíso das Águas, Amambai e Coronel Sapucaia foram cidades alvos destes criminosos, sendo que muitos acabaram presos pela polícia e outros morreram em confrontos policiais.
Explosões
Um dos casos que mais teve repercussão no Estado foi a explosão do Banco do Brasil, em Sonora em 2016. Em 18 de abril de 2016, grupo fortemente armado explodiu a agência do Banco do Brasil. Além de explodir o banco, membros da quadrilha permaneceram na frente da delegacia da cidade, além do batalhão da Polícia Militar, atirando a todo momento para evitar que os agentes conseguissem sair. O banco foi totalmente destruído.Dois meses e meio depois, parte da quadrilha foi apresentada pelo Garras e Ronalth já havia sido identificado e indiciado.
Já em Pedro Gomes, cidade a 296 quilômetros de Campo Grande, o crime aconteceu no dia 10 de novembro. O Corpo de Bombeiros teve que ser acionado para conter as chamas da agência bancária que foi arrombada e explodida pela quadrilha. Os suspeitos teriam utilizado dois carros e armamento de grosso calibre. Na fuga eles chegaram a espalhar ‘miguelitos’, artefatos feitos com pregos para dificultar a ação policial e evitar perseguição.
Em abril de 2019, uma quadrilha que explodiu um cofre de uma agência bancária, na cidade de Coronel Sapucaia – a 380 quilômetros de Campo Grande – e teria levado o valor de R$ 100 mil do banco, usando um super lança-chamas, além de explosivos. O tiroteio na cidade que assustou os moradores durou aproximadamente 1 hora. A quadrilha usou fuzis, um super lança-chamas e bombas para abrir o cofre do banco.