“Fui jogado na boca dos leões”, diz Odilon sobre suspensão da proteção da PF

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“O sujeito trabalha a vida inteira tentando proteger a sociedade, arriscando a vida, e, quando se aposenta, é jogado na boca dos leões”. É o que declarou o juiz aposentado e candidato ao governo de Mato Grosso do Sul, Odilon Oliveira (PDT), após perder o direito a proteção da PF (Polícia Federal), por decisão unânime do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

Conselho se baseou em em laudos da própria Polícia Federal e do Departamento de Segurança Institucional do Poder Judiciário (DSIPJ) do CNJ. FOTO: Luiz Silveira/Agência CNJ

Em nota oficial, o candidato afirma que vai recorrer da determinação e critica o entendimento do Conselho, pois afirma que o CNJ deveria considerar não a candidatura, mas sim o risco em razão do trabalho realizado.

 

“Fiquei sabendo pela imprensa, que veiculou ser o motivo principal meu ingresso na política, como se tal fato fizesse desaparecer o risco de vingança. O que o CNJ deve considerar, com todo respeito, não é a nova atividade do protegido, mas se permanece ou não risco de vingança em razão do trabalho realizado na atividade”, comentou.

Decisão – O plenário do CNJ decidiu, nesta terça-feira (21) retirar a proteção da PF ao candidato, que vivia com o benefício desde 1998. Odilon recebe a proteção em razão de ameaças que sofria pela atuação no judiciário, ameaças ligadas ao narcotráfico em Mato Grosso do Sul.

A escolta, explica o Conselho, será retirada de forma gradual. A decisão segue entendimento do relator do processo, conselheiro Márcio Schiefler. “Os órgãos técnicos analisaram a situação atual do magistrado e concluíram que: ou não há substâncias nas suspeitas de ameaças ou os episódios relatados não têm relação com risco para o magistrado”, afirmou o conselheiro relator do Pedido de Providências (PP 0000274-03.2014.2.00.0000), conselheiro Márcio Shciefler Fontes.

Ficaram vencidos os partidários da divergência levantada pelo corregedor Nacional de Justiça, ministro João Otávio de Noronha, que defendeu a interrupção imediata da escolta policial: conselheiros Arnaldo Hossepian, Valdetário Monteiro, André Godinho, Maria Tereza Uille e Henrique Ávila.