Bolsonaro precisará de 'cirurgia de grande porte', diz hospital

IVIAGORA


O quadro de saúde do candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) permanece grave, de acordo com o boletim médico divulgado pelo Hospital Israelita Albert Einstein na manhã desta segunda-feira (10).

Ainda segundo o comunicado, o candidato ainda vai passar por uma cirurgia de grande porte para reconstruir o trânsito intestinal. 

Confira o comunicado na íntegra:

"São Paulo, 10 de setembro de 2018.

Passados quatro dias após o ferimento abdominal por arma branca, o estado do candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro, internado no Hospital Israelita Albert Einstein, ainda é grave e permanece em terapia intensiva.

O paciente tem uma colostomia, que foi feita em função de lesões graves do intestino grosso e delgado.

Será necessária nova cirurgia de grande porte posteriormente, a fim de reconstruir o trânsito intestinal e retirar a bolsa de colostomia.

O paciente permanece ainda com sonda gástrica aberta e em íleo paralítico (paralisia intestinal), que ocorre habitualmente depois de grandes cirurgias e traumas abdominais.

Ontem, havia uma movimentação intestinal ainda incipiente e que persiste do mesmo modo hoje. Permanece sem sinais de infecção, recebendo o suporte clínico, cuidado de fisioterapia respiratória e motora, e alimentação exclusivamente parenteral (endovenosa)."

Bolsonaro foi internado no hospital em São Paulo na manhã de sexta-feira (7), depois de passar por uma cirurgia de emergência na Santa Casa de Juiz de Fora (MG).

 

No boletim divulgado na noite de sábado (8), informava que o candidato havia caminhado pelo quarto durante cinco minutos com ajuda de um médico e um enfermeiro.

Bolsonaro também foi colocado em uma poltrona na manhã de sábado, em que permaneceu por 30 minutos.

Ataque contra Bolsonaro

O presidenciável foi atingido por uma facada no abdômen na tarde da última quinta-feira (6), enquanto participava de uma campanha e era carregado nos ombros por seus apoiadores no centro de Juiz de Fora (MG).

Bolsonaro foi levado às pressas, por seguranças e integrantes da equipe de campanha, para a Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, onde chegou em estado de choque, com pressão baixa e intensa hemorragia (perdeu cerca de 2,5 litros de sangue).

Ele foi submetido a uma cirurgia de emergência, que durou aproximadamente duas horas.

De acordo com Borsato, médico responsável pela cirurgia, o procedimento constatou uma "hemorragia volumosa" em razão do rompimento da artéria mesentérica superior, que foi suturada, controlando a perda de sangue.

Os médicos também identificaram três perfurações no intestino delgado, que foram costuradas. A equipe se deparou então com "uma lesão grave no intestino grosso, no cólon transverso, grande, extensa, com contaminação de fezes na cavidade interna", disse Borsato.

Para essa lesão, os médicos decidiram realizar uma "colostomia em caráter temporário", quando uma bolsa plástica é adaptada à pele para coletar gases e fezes. Uma nova cirurgia deverá ser feita para retirar a bolsa. Não há prazo para isso acontecer, mas a estimativa é que o candidato carregue a bolsa de dois a três meses.