Política
Polícia Federal sai às ruas e cumpre mandado na casa de Reinaldo
IVIAGORA
A PF (Polícia Federal) cumpre mandado de busca e apreensão na manhã desta quarta-feira (dia 12) na casa do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que é candidato à reeleição.
A reportagem apurou que a ação é relativa ao inquérito que tramita no STJ (Superior Tribunal de Justiça) sobre as denúncias da JBS de suposto pagamento de propinas. São quatro carros descaracterizados da PF em frente ao prédio, no Jardim dos Estados, em Campo Grande.
As denúncias, que também implicaram o ex-governador André Puccinelli (MDB), que está preso, surgiram na delação premiada dos empresários Joesley e Wesley Batista, realizada em maio do ano passado à operação Lava Jato.
Segundo os empresários, era comum a emissão de notas falsas pela compra de gado ou carne bovina para justificar o pagamento de propina em troca de incentivos fiscais. O advogado Gustavo Passarellim que atua na defesa de Reinaldo, chegou ao local e disse a imprensa que não sabe o motivo da ação.
O governador cumpriu agenda de campanha ontem em Naviraí, onde dormiu.
Vostok é o nome de uma estação de pesquisa russa localizada na Antártida onde já foi registrada uma das menores temperaturas da Terra. Conforme a PF, o nome faz referência às notas fiscais frias utilizadas para a dissimulação dos pagamentos.
Matéria editada às 6h42 para acréscimo de informação.
Advogado chega à cada de Reinaldo. (Foto: Henrique Kawaminami) A operaçãoAproximadamente 220 policiais federais cumprem 41 mandados de busca e apreensão e 14 mandados de prisão temporária, na capital do estado e nos municípios de Aquidauana, Dourados, Maracaju, Guia Lopes de Laguna; e Trairão no Estado do Pará. São alvos das medidas os endereços residenciais e comerciais dos investigados e os seus locais de trabalho.
Investigação
Segundo apurado, do total de créditos tributários auferidos pela empresa dos colaboradores, um percentual de até 30% era revertido em proveito da organização criminosa investigada.
Nos autos do inquérito, foram juntadas cópias das notas fiscais falsas utilizadas para dissimulação desses pagamentos e os respectivos comprovantes de transferências bancárias.
Apurou-se também que parte da propina acertada teria sido viabilizada antecipadamente na forma de doação eleitoral oficial, ainda durante a campanha para as eleições em 2014; e que alguns pagamentos também teriam ocorridos mediante entregas de valores em espécie, realizadas nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, no ano de 2015.
Dentre os alvos da operação, estão pecuaristas locais responsáveis pela emissão das notas fiscais “frias”, inclusive, um deputado estadual e um conselheiro do Tribunal de Contas Estadual. Também emitiram notas fiscais frias para dissimulação do esquema de pagamento de propina outras empresas do ramo agropecuário e frigorifico.
Em razão dos acordos de benefícios fiscais concedidos pelo governo estadual, somente nos dois primeiros anos da gestão atual, a empresa frigorífica teria deixado de recolher aos cofres públicos, um montante de mais de R$ 200 milhões.