Mulher é encontrada morta com vários ferimentos de faca pelo corpo

IVIAGORA


O corpo de uma mulher de aproximadamente 30 anos foi encontrado na manhã deste domingo (30) em uma área de mata do bairro Zé Pereira, em Campo Grande. Segundo testemunhas, a vítima apresentava vários ferimentos de faca, principalmente pelo rosto. Ela ainda não foi identificada.

De acordo com informações de moradores da região, a área em que o corpo foi encontrado pertence a Embrapa e é cercada, mas ainda assim, é frequentemente usado por grupos de oração, que diariamente vão ao local de manhã e de noite e se referem a mata como “monte de oração”.

A vítima foi encontrada por um catador de raiz, a cerca de 150 metros da Rua Prudêncio Tomaz. Segundo testemunhas, ela estava com a cabeça em cima de um tronco e apresentava vários ferimentos pelo corpo. No local, a polícia apreendeu ainda uma faca com o cabo quebrado.

Ao site os moradores relataram que a mulher vestia uma blusa laranja e um short jeans com a bandeira dos Estados Unidos da América. A vítima ainda teria uma tatuagem pequena na perna.

“Geralmente é tranquilo, mas às vezes as pessoas entram para usar drogas ai”, contou um pastor habituado a frequentar o local. Equipes da Polícia Civil, Militar e também da perícia estiveram no local.

Narrativa

Após permanecer em cativeiro por cinco dias, Sorraira Cabritta Campos, 24 anos, foi julgada e condenada à morte pelo “tribunal do crime” do PCC (Primeiro Comando da Capital). A vítima era integrante do CV (Comando Vermelho) - facção rival. O corpo dela foi encontrado com vários golpes de faca, na manhã de ontem (30), em uma área de mata, no Bairro Zé Pereira, em Campo Grande. Jéssica Moreira, 27 anos, e Lislie Silva Vargas, 27 anos, foram presas e confessaram o crime. Mais dois suspeitos de participação estão foragidos. 

Conforme boletim de ocorrência, por volta do meio-dia e meia, a polícia recebeu informação de que Luquen Luis Martines dos Santos, 25 anos, tinha envolvimento na morte da vítima. Ele foi visto dirigindo um Chevette Dourado com três mulheres no dia anterior ao crime e havia se escondido na Rua Atenas, no Jardim Inápolis.

 

Os militares foram até o local indicado. Ao perceber a movimentação da PM, Luquen pulou o muro da casa e fugiu. Os policiais foram recebidos por Lislie que autorizou a entrada da equipe na residência, onde estavam Jéssica e uma mulher identificada como Esmeralda. Foram feitas buscas no entorno, mas o rapaz não foi encontrado. Lislie e Jéssica mentiram o nome, mas depois falaram a verdade. As duas tinham mandados de prisão em aberto.

Questionada sobre o crime, Lislie confessou que tinha participação no homicídio e contou que, no sábado, por volta das 21h, recebeu ligação de um presidiário, cujo nome não foi divulgado. A ordem era para ir até uma residência no Núcleo Industrial, junto com Jéssica e outro homem, identificado apenas como Juliano, para encontrar a vítima que estava mantida em cativeiro e a levar em Chevette até o local de execução.

No local, Juliano e Jéssica seguraram a vítima e Lislie a executou a golpes de faca. Depois fugiram no automóvel. Porém, durante o retorno o carro quebrou. Os três, então, acionaram um motorista de aplicativo para irem embora. Mais tarde, Lislie e Jéssica foram a um baile e conheceram Esmeralda e Luquen.

Depois da festa, as três foram dormir na casa de Luquen. Indagada se o rapaz participou do crime, Lislie respondeu "que tinha coisas que não podia contar". Jéssica confirmou o fato relatado por Lislie. Esmeralda afirmou que não tem participação no crime e veio de São Paulo há um mês para fazer programas sexuais e havia conhecido os três suspeitos naquela noite, após o crime.

Conforme o delegado José Roberto de Oliveira, Lislie tinha três mandados de prisão em aberto por tráfico de drogas. Jéssica tinha dois pelo mesmo crime. A vítima também tinha mandado de prisão em aberto por roubo. A hipótese de que Sorraira foi abusada sexualmente foi descartada pela polícia.

No local do cativeiro, na Rua Rosa Vermelha ao lado do lote 10 B Q 14, foram encontrados um short jeans com bolso rosa e um casaco azul, além de uma cópia de certidão de nascimento em nome de Tatiane Cristina Aranda Carneiro.