Política
Mourão volta a criticar 13º salário e diz que todos são prejudicados
IVIAGORA
O general Hamilton Mourão (PRTB), candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), voltou a criticar o 13º salário nesta terça-feira, ao desembarcar no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Ao comentar sobre o excesso de custos que leva o Brasil a perder a competitividade, ele voltou a falar sobre a necessidade de "planejamento" e "entendimento" a respeito do pagamento.
- Tem que ter planejamento e o entendimento de que isso é um custo. Na realidade, se você for olhar, o teu empregador te paga 1/12 a menos e no fim do ano ele devolve esse salário. E o governo, o que faz? Ele aumenta o imposto para pagar o meu. No final das contas, todos nós saímos prejudicados - afirmou o general.
Mourão afirmou que se as pessoas recebessem o salário "condignamente", poderiam economizar e teriam mais no final do ano. E considerou que o 13º salário não pode acabar por um ato de governo porque está na Constituição, "está enraizado", e só poderia ocorrer mudança "se houvesse um grande acordo nacional" e os salários melhorassem.
Segundo o vice de Bolsonaro, tem empresa que fecha por não conseguir pagar o 13º e que o próprio governo enfrenta dificuldades, pois já chegou no limite e não pode mais emitir títulos sem entrar na chamada regra de ouro. Lembrou ainda que governos estaduais, como Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, pagaram o benefício com atraso.
Ao comentar o resultado da pesquisa do Ibope, que mostrou avanço da candidadura de Bolsonaro na intenção de votos, disse que "a esquerda teve seu momento" e tem de deixar que ocorra a alternância do poder.
Na semana passada, o general afirmou que o décimo-13º salário e o abono das férias são "jabuticabas brasileiras". Ao criticar o custo de manter um trabalhador durante uma palestra na Câmara de Dirigentes Lojistas de Uruguaiana (RS), o militar disse que esses benefícios da lei trabalhista são um peso para o empresário. A declarção foi rebatida pelo próprio Bolsonaro.