Um documento descoberto revela que a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) está com plano ativo de executar policiais penais federais de Mato Grosso do Sul e do Distrito Federal. Em agosto de 2022, sete faccionados que planejavam atentados contra agentes e juízes do Estado foram presos.

A informação desse documento foi publicada nesta terça-feira (14/11), pelo Jornal Midiamax. Segundo a reportagem, a Coordenação-Geral de Inteligência do sistema penitenciário federal emitiu alerta para que os servidores permanecessem em ‘alerta máximo’.

Diante dessa ameaça, policiais devem ser transferidos, assim como detentos, da penitenciária federal.

O documento revela ainda quem são os alvos da facção, sendo estes já alertados. O relatório orienta que os agentes evitem transitar por lugares ermos, que evitem andar uniformizados ou com qualquer acessório que os identifique como policiais penais.

Ainda de acordo com a publicação do Midiamax, o alerta pede que os agentes, ao entrarem em estabelecimentos, tracem estratégia de fuga, caso algo aconteça. O documento foi emitido no dia 27 de outubro deste ano.

Plano para matar policiais e juízes

Como mencionado no início desta reportagem, em maio de 2022, um bilhete em tom terrorista foi interceptado por autoridades. O recado era ameaças a juízes e à polícia. Em 30 de agosto do ano passado, o Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) deflagrou operação conjunta com a Polícia Penal, que culminou na prisão de sete membros do Primeiro Comando da Capital.

Penitenciárias de MS passaram por pente-fino e investigações apontaram que uma célula da facção criminosa, que estava estabelecida na região cone-sul do Estado, estaria se organizando para colocar em prática atentados contra servidores públicos. Os alvos seriam um investigador de polícia, um policial penal e um juiz. Os nomes dos presos da facção não foram divulgados.

Esses servidores eram alvos devido ao exercício de suas funções. Outra descoberta, segundo o Midiamax, é que mesmo presos, integrantes continuavam a dar ordens para quem estava em liberdade.

1º bilhete com instruções de bombas interceptado

Após um princípio de motim no dia 30 de maio, no Presídio de Segurança da Gameleira, em Campo Grande, foi descoberto um suposto plano de ataque à Polícia Militar e Civil de Mato Grosso do Sul, com instruções até de como se fazer bombas, guardadas com um membro do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Tudo estava escondido em um bilhete, dentro da costura do short de um dos detentos, de 29 anos, encarcerado em uma das celas do pavilhão I. Ele é apontado pela polícia como membro do PCC.

No bilhete, havia instruções para que os ‘irmãos’ de facção se unissem para atacar os policiais militares e policiais civis que estariam atacando os membros da facção de Caarapó e da região. Ainda no bilhete havia escrito: “vamos montar um tabuleiro e matar no ninho”.

Ainda segundo as instruções do bilhete, era para que as delegacias fossem monitoradas e, assim, os batalhões atacados com bombas, ‘matando no ninho’. Instruções de como fazer a bomba estavam listadas. Ao final, o detento avisa que outras instruções seriam ‘passadas logo’. O faccionado de 29 anos já foi preso três vezes por tráfico de drogas, tentativa de homicídio e receptação.