A Refinaria de Paulínia (Replan), a maior da Petrobras, iniciou uma fase de testes de produção do Diesel R5, novo derivado que tem esse nome por levar 5% de conteúdo renovável em sua composição. Nessa primeira etapa, foram produzidos 21 milhões de litros do combustível. O produto, no entanto, ainda não será comercializado.
Segundo a Petrobras, o Diesel R5 é produzido a partir do coprocessamento (processamento conjunto) de derivados de petróleo (parcela mineral), com matérias-primas de origem vegetal, como óleo de soja.
“Trata-se de uma alternativa sustentável no ciclo diesel, pois a redução das emissões associada à parcela renovável é de ao menos 60 %, em comparação com o diesel mineral, podendo ser até maior, a depender da matéria-prima utilizada”, diz a companhia.
A Petrobras informa que o Diesel R5 pode ser misturado ao diesel convencional em diferentes proporções, “sem a necessidade de adaptações nos motores dos veículos, sem exigir alterações ou mudanças na cadeia logística ou no seu armazenamento”.
“É um produto com alta estabilidade e isento de contaminantes, o que garante durabilidade e desempenho dos motores”, defende a empresa.
Ajustes na refinaria
A produção do derivado teve início na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, e a Petrobras tem expandido a operação. A expectativa é produzir comercialmente o Diesel R5 na Replan até 2027.
“Durante meses foram realizados estudos e ajustes na refinaria para operar o coprocessamento do Diesel R5. Estamos muito orgulhosos em participar desse momento histórico da Petrobras", destacou o gerente geral da Replan, Raphael Franco de Campos.
O plano estratégico da Petrobras prevê investimentos de US$ 17 bilhões na área de Refino, Transporte e Comercialização (RTC) no período de 2024 a 2028, sendo que o segmento de biorrefino receberá US$ 1,5 bilhão.
“Esses investimentos suportarão o crescimento da capacidade de produção de Diesel R5 na RPBC, Repar, Reduc e Replan”, detalha a empresa.
Diesel na Replan
O diesel é o derivado de petróleo mais produzido pela Replan. Atualmente, a planta tem capacidade para produzir até 24 milhões de litros do combustível por dia.
Essa capacidade vai aumentar em breve, uma vez que a construção de uma nova unidade promete ampliar em 10 milhões de litros do combustível por dia a capacidade produtiva da planta.
Listada entre as obras do Novo PAC, do governo federal, a nova unidade de hidrotratamento (HDT), em construção desde 2022, tem previsão para entrar em funcionamento a partir de 2025.
A Replan tem capacidade para processar 69 milhões de litros de petróleo por dia, o equivalente a 434 mil barris, e atende a 30% do território brasileiro.
Além de diesel, na planta de Paulínia são produzidos derivados como gasolina, gás de cozinha (GLP), querosene de aviação, óleo combustível, asfalto, propeno e bunker, entre outros.
A produção de Paulínia é escoada para os seguintes locais: interior de São Paulo (recebe a maior parte da produção, 55%), sul de Minas Gerais, Triângulo Mineiro, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Acre, Goiás, Brasília (DF) e Tocantins.
Fernando Evans