Festival em Ivinhema será aberto neste domingo

IVIAGORA


Completando 15 edições, o único festival de cinema que ainda resiste em Mato Grosso do Sul – e com muita qualidade – começa amanhã, no município de Ivinhema, com término marcado para sexta-feira. Trata-se do 15º Festival de Cinema do Vale do Ivinhema, realizado pela Fundação Nelito Câmara, presidida por Ricardo Pieretti, idealizador do festival.

Este ano, o tema é “Liberdade, Liberdade! 130 Anos de Abolição”, que busca refletir sobre a participação do negro na construção do cinema brasileiro. “A Fundação sempre levanta várias questões e achou que os 130 anos seriam boa data para discutir esse tema. É um ano muito produtivo com negros no cinema e estamos orgulhosos de fazer parte desse cenário”, diz Ricardo Pieretti.

A homenageada nesta edição será a atriz e cantora Zezé Motta, grande ícone da cultura brasileira (“Xica da Silva”, por exemplo). Ela estará presente com o Concerto Especial Sesc-MS “Divina Saudade”, no dia 21, às 20h. Os homenageados locais serão os integrantes da Companhia de Reis, Três Reis Magos, que mantém viva há décadas a tradição do Reisado em Ivinhema. “Antes do show, exibiremos o curta ‘Carolina’, protagonizado pela Zezé e que conta a história da escritora Carolina Maria de Jesus”.

Nesta edição, o Festivali, como é conhecido, teve curadoria do premiado cineasta sul-mato-grossense Joel Pizzini, que selecionou filmes premiados para a Mostra Competitiva de Longas e os Curtas. “Estamos bem felizes, porque este ano todos os filmes que convidamos para participar aceitaram prontamente, foi uma conquista nossa. Nos anos anteriores, por conta de ser um festival fora do eixo principal, quase ninguém conhecia, era bem complicado”, conta Pieretti. 

O melhor longa-metragem receberá R$ 3 mil; melhor diretor, R$ 2mil. Os curtas em competição levarão R$ 1 mil o primeiro colocado, R$ 700, o segundo e R$ 300 o terceiro.

CONCORRENTES

Entre os filmes que concorrem ao Prêmio Adecoagro de Cinema estão os mineiros “Temporada”, de André Novais, vencedor do Festival de Brasília neste ano, e “Baronesa”, de Juliana Antunes, grande vencedor do Festival de Tiradentes de 2018. 

O pernambucano “Açúcar”, de Renata Pinheiro e Sérgio Oliveira, e o baiano “Café com Canela”, de Glenda Nicácio e Ary Rosa.

Da Bahia, vem ainda “Bando”, documentário de Lázaro Ramos, e “O Homem Errado”, de Camila de Moraes. Do Rio de Janeiro vem “Kabadio – O Tempo Não Tem Pressa, Anda Descalço”, de Daniel Leite, e o filme “Gilda Brasileiro – Contra o Esquecimento”, de Roberto Manhães e Viola Scheuerer. 

São Paulo será representado por “Correndo Atrás”, de Jeferson De. Este ano, a competição conta com um filme africano, de Cabo Verde, “Djon África”, de João Miler Guerra e Filipa Reis. E Mato Grosso do Sul concorre com “Coisa de Negro”, de Israel Miranda. 

 A já tradicional competição de curtas-metragens, com filmes elaborados por estudantes, está mais concorrida do que nunca. “Nesta edição, contaremos com produções de Angélica e Sidrolândia, além de Ivinhema. Serão 8 curtas concorrendo e 11 exibidos. Filipi Silveira estará presente com ‘Vampiros’, que vem ganhando vários prêmios”.

Além das mostras de filmes, o Festivali terá outras atividades culturais, como concurso de dança de rua; concurso de beleza negra; musical “Asiwajú África Brasil”, cuja apresentação será na abertura, domingo; apresentação com Lara Morena de danças afro-brasileiras e de grupos locais de balé e teatro.

INVESTIMENTO

A abertura do festival será neste domingo (18), às 20h, no Cinelito, com cortejo da Companhia de Reis, a exibição do filme “As Invenções de Akins”, de Ulisver Silva, e um concerto de tambores, com Luis Carlos Santana, e o Vai Quem Vem.

Toda a programação do evento tem acesso gratuito, porém, a organização está solicitando que no dia do show de Zezé Mota o público leve brinquedos, que depois farão parte de um bazar de Natal.