Novo Incra terá ”tolerância zero” com invasões de terras

IVIAGORA


A indicação de um general de Exército - Jesus Corrêa - para o comando do órgão responsável pela execução da reforma agrária confirma promessas de campanha do presidente Jair Bolsonaro: a de implantar um regime de “tolerância zero” com invasões de terra como instrumento de pressão sobre as autoridades federais. “Não podemos deixar que invasores façam o que querem! O Incra é um órgão técnico que vai fazer cumprir a lei” - declarou ao blog Nabahn Garcia, Secretário Especial do Ministério da Agricultura, responsável pela indicação de Corrêa para o posto.

Desde janeiro, após edição da Medida Provisória 870/19, o Incra passou a ser subordinado ao Ministério da Agricultura e, segundo Garcia, será o órgão executor da política fundiária instituída por sua secretaria. “O general é homem austero, tem conhecimento do assunto e vai exigir resultados dos 4 mil funcionários do Incra”, diz Nabahn, reforçando que a principal tarefa do militar será dar uma “gestão técnica” ao órgão, acabar com a “indústria das invasões” e transformar o assentado em “verdadeiro produtor rural”. 

Jesus Corrêa deixará o posto de analista de estudos estratégicos da terceria subchefia do Estado Maior do Exército para assumir no Incra. O militar foi nomeado para a função pelo então comandante da Força, general Villas-Boas, hoje assessor especial do Gabinete de Sergurança Institucional, um dos ministérios “palacianos”.

Militares na equipe - Com a indicação de Jesus Corrêa para o Incra, o governo Bolsonaro conta agora com 33 militares em diversas funções de primeiro e segundo escalão. Atualmente são 7 os ministros militares, além do vice e do porta-voz da Presidência. Outros 3 comandam estatais estratégicas e de grande porte e 20 são secretários de governo ou chefes de gabinete em 10 pastas da Esplanada. O levantamento é do site Congresso em Foco. 

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