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Policial militar é o autor dos disparos que matou homem em sala de cinema
IVIAGORA
Júlio Cesar Cerveira Filho, morto na tarde desta segunda-feira (8/7) dentro de uma das salas do cinema do shopping de Dourados era de família tradicional na cidade e neto de José Cerveira, que administrou o município em 1982, após a renúncia de José Elias Moreira para a disputa do governo do Estado.
Conforme informações preliminares, a vítima estava assistindo a sessão quando teria se desentendido com um policial militar lotado na Ambiental do município.
Após a discussão, o homem foi morto com um tiro que atingiu o peito e transfixou o pescoço. Equipe da PM realizou a prisão do autor dos disparos, identificado até o momento como Djavan. Ele é cabo da PMA.
O Corpo de Bombeiros e o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado, porém, Júlio já estava morto.
No momento do assassinato, a sala estava cheia de pessoas, boa parte crianças que assistiam ao filme ‘Homem-Aranha longe de casa’, que estreou na quinta-feira passada (4/7).
A direção do shopping não vai se pronunciar sobre o caso.
Julio Cesar Cerveira Filho foi morto na frente da mulher e da filha (Foto: Reprodução/Facebook)
O bioquímico Julio Cesar Cerveira Filho, 43, assassinado a tiro dentro da sala 1 do cinema do Shopping Avenida Center, era neto do ex-prefeito José Cerveira, que administrou a cidade de Dourados em 1982 e 1983, após o então prefeito José Elias Moreira renunciar ao mandato para concorrer ao governo de Mato Grosso do Sul.
Ele era filho de Julio Cesar Cerveira, um dos mais novos herdeiros do ex-prefeito. O tio de Julio Filho, Mário Julio Cerveira, é o atual diretor-presidente do Procon de Dourados.
A perícia está no local e realiza os levantamentos de praxe.
Informações iniciais seriam de que houve briga por assento, mas de acordo com a polícia, que obteve informações de testemunhas e do suspeito, o crime aconteceu após uma provocação. O PMA – preso em flagrante – informou que estava na sala de cinema, acompanhado dos dois filhos, de 14 e 10 anos de idade. A família ocupava as poltronas 9, 10, 11 da fileira sete e um dos filhos do policial sentava ao lado de Júlio Cesar Cerveira Filho, 43 anos.

Júlio, conforme relato, começou a abrir e fechar os braços, também as pernas, batendo contra o menino sentado na poltrona 11. Neste momento, o pai optou por trocar de lugar com o filho e pediu para que a vítima parasse com as provocações. No entanto, de acordo com o boletim de ocorrência, Júlio teria dito: “Você é um idiota, você é babaca, ridículo, cuzão”. O PMA conta que pediu para que a vítima parasse e a mulher que acompanhava Júlio também teria pedido para que ele cessasse com as provocações.
Júlio teria levantado e então, passou a desferir chutes e socos no policial, momento em que várias pessoas que estavam na sala de cinema começaram a se manifestar e censurar a atitude da vítima. Júlio saiu do local e antes de deixar a fileira sete, teria desferido um tapa no rosto do filho do policial. O pai se levantou e disse: “você tá doido, batendo no meu filho ele é menor, vou chamar a polícia”.
á nas escadarias de saída, Júlio teria puxado a camisa do PMA e dito para que resolvessem a situação ali mesmo. O homem se identificou como policial e sacou a arma que portava na cintura, uma pistola calibre .40. Júlio tentou tirar a arma do policial, quando houve um disparo que o atingiu.
Informações do boletim de ocorrência e também da Polícia Militar, são de que o policial guardou a arma e tentou estancar o sangramento fazendo pressão com a mão esquerda no ferimento. Após, ligou para a Polícia Militar, mas não completou a ligação e em seguida acionou o Corpo de Bombeiros.
Depois da chegada da Polícia Militar, o PMA se apresentou junto com a arma usada no crime. Inicialmente, o policial foi encaminhado até o Quartel do 4° Pelotão da Policia Militar Ambiental, distante cerca de 200 metros do shopping e depois encaminhado para a 1° Delegacia de Polícia Civil de Dourados.
A arma utilizada não possui registro e foi apreendida com 12 munições de mesmo calibre. O advogado da família da vítima solicitou a polícia exame de corpo de delito nos filhos do policial. O caso foi registrado como homicídio simples, na 1ª DP da cidade.
De acordo com a Corregedoria da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, o PMA foi preso em flagrante e já foi aberto procedimento administrativo para apurar a conduta dele. Consequentemente, ele foi afastado das funções.
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