Quem defende fim do isolamento em MS poderia abrir mão de respiradores, diz secretário de saúde

IVIAGORA


‘Sobre apelo dos que advogam a volta da vida normal, poderiam assinar termo de compromisso conosco da Saúde. Caso sejam acometidos pelo Covid-19, que renunciem a respiradores, ventiladores, bombas de infusão. Tudo aquilo que nós estamos avisando que estamos correndo atrás e que ainda não temos, caso sejam afrouxadas as medidas de isolamento social’, pediu nesta quarta-feira (22) o secretário da SES (Secretaria Estadual de Saúde) Geraldo Resende.

O secretário defendeu que o governo tem lutado para preservar vidas em Mato Grosso do Sul. “Poderiam fazer essa renúncia tácita para manter o discurso deles coerente. Que assinem essa manifestação. Só assim eles podem cobrar pelo fim do isolamento que estamos dizendo ser necessário, seguindo orientações da Organização Mundial da Saúde”, disse.

Christinne Maymone, secretária-adjunta, relata que há aumento no número de leitos públicos ocupados no Estado pelo novo coronavírus. “O que só confirma estudos realizados no mundo inteiro sobre a evolução da doença, que ela está chegando aos mais pobres, que mais sofrem com a pandemia”, relatou.

Casos

Nesta quarta, o número de infectados em MS subiu para 175. Já são seis mortes. A média desta semana tem aumentado em cerca de dois casos novos ao dia devido ao bom isolamento social realizado no estado há duas semanas.

“Isso tudo confirma a importância do isolamento. Daqui duas semanas, um mês, vamos sofrer com o afrouxamento de regras para abertura de comércio, escolas. Essa pressão para ‘liberar geral’ que existe por aí”, criticou Resende.

Conforme o boletim divulgado pela secretária-adjunta de Saúde, Christinne Maymone, Mato Grosso do Sul totalizou nesta quarta-feira 175 casos, dois a mais que os 173 de terça-feira (20), com 27 em investigação –aguardando o resultado das amostras. Do total de 1.284 notificações, com 1.061 descartados por testagem e 21 excluídos por não manifestarem sintomas do coronavírus.

Dos 2 novos casos, um é de uma mulher de 41 anos, de Bataguassu, que entrou em contato com caso confirmado e um homem de 72 anos de Campo Grande sem vínculo rastreável, que está internado.

“No acompanhamento da curva, observamos que ela continua ascendente, talvez um pouco mais lentamente, que pode ser devido a colheita [de resultados] do isolamento social de 15 dias atrás. Mas, mesmo assim, continua ascendente”, afirmou a secretária-adjunta.

MS tem 6 mortes, 175 casos de coronavírus e aumento de internações em leitos públicos

Dentre os 175 casos confirmados, 57 foram submetidos ao isolamento domiciliar e 73 pacientes finalizaram a quarentena e não apresentam sintomas. Ainda há 20 pacientes internados, 112 em leitos públicos (três em UTI) e 9 em privados (6 em UTI). Houve, ainda, 19 pacientes em alta hospitalar, além dos seis óbitos.

Ainda no volume de pacientes, 91 estavam em Campo Grande, sendo apontado movimento de interiorização dos casos. O secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, destacou que o distanciamento e isolamento sociais seguem como “melhor remédio e melhor vacina” contra a doença.