Bolsonaro exonera Maurício Valeixo, diretor-geral da PF

IVIAGORA


Em ato publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (24), o presidente Jair Bolsonaro exonerou Maurício Valeixo do cargo de diretor-geral da Polícia Federal. Responsável pela indicação de Valeixo, o ministro da Justiça, Sergio Moro, avalia deixar o cargo.

O ato é de "exoneração a pedido". Na prática, Valeixo deixa o comando da PF por determinação de Bolsonaro.

Maurício Valeixo estava na direção geral da Polícia Federal por indicação do ministro da Justiça, Sergio Moro. Aliados do ministro afirmam que ele não deve ficar na pasta uma vez confirmada a demissão de Valeixo.

"É o momento ideal. As pessoas estão preocupadas se vão viver, se vão voltar a trabalhar, se vão comer, não estão pensando no comando da PF", avaliou à coluna um experiente delegado da corporação, contrário à demissão.

Juízes federais, amigos de Moro, dizem que ele está no limite e que não quer manchar a biografia. Avaliam que uma porta de saída será a vaga no STF, a ser aberta ainda neste ano, com a aposentadoria de Celso de Mello.

Acham que ele poderia aguentar um pouco mais. Mas ninguém sabe se resistirá até lá. "Bolsonaro não tem condições de demitir Moro", avaliou uma liderança da Câmara dos Deputados sobre o ministro ser uma referência anti corrupção e que sua saída trairia sequelas ao bolsonarismo.

Jair Messias Bolsonaro   · 30 min ·      - Lei 13.047/2014

“Art. 2º-C. O cargo de Diretor-Geral, NOMEADO PELO PRESIDENTE DA REPÚBLICA, é privativo de delegado de Polícia Federal integrante da classe especial.”

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Moro vai falar AS  11 HORAS sobre a troca de comando na direção da Polícia Federal e a situação dele na pasta.

Maurício Leite Valeixo diretor-geral da Polícia Federal.

Maurício Valeixo não é mais diretor-geral da Polícia Federal

NOTA

A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) e a Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (Fenadepol) acompanham, mais uma vez, notícias sobre uma possível substituição do Diretor-Geral da Polícia Federal. Novamente, vemos deputados, senadores, Presidente da Câmara e outras autoridades defendendo publicamente a autonomia da instituição. Bandeira que ajudou a eleger vários representantes do povo tanto no Executivo quanto no Legislativo. 

  Episódios como o de hoje ocorreram em diversas oportunidades, desde 2019, e inúmeras vezes durante pelo menos os últimos três governos. E pode voltar a ocorrer nos próximos meses ou futuros governos.   Essas especulações, infelizmente, prejudicam a estabilidade da Polícia Federal, a sua governança e colocam em risco a própria credibilidade na lisura dos trabalhos da instituição. O problema não reside nos nomes de quem está na direção ou de quem vai ocupá-la. Mas sim, na absoluta falta de previsibilidade na gestão e institucionalidade das trocas no comando.    Nos últimos três anos, a Polícia Federal teve três Diretores Gerais diferentes. A cada troca ou menção à substituição, uma crise institucional se instala, com reflexos em toda a sociedade que confia e aprova o trabalho de combate ao crime organizado e à corrupção.   Portanto, mais do que a defesa ou repúdio de eventuais nomes, a ADPF e a Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (Fenadepol) esperam que os parlamentares e as autoridades responsáveis aprovem as propostas no Congresso Nacional que estabelecem mandato ao Diretor Geral da Polícia Federal e autonomia ao órgão. Somente tais medidas irão proteger a PF de turbulências e garantir a continuidade do trabalho de qualidade prestado ao Brasil.    A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (Fenadepol)