Mortes por Covid-19 no Brasil podem chegar a 125 mil até agosto, diz estudo

IVIAGORA


O cálculo diz que o número de vítimas fatais da doença pode variar entre 68 e 221 mil. De acordo com o boletim divulgado pelo Ministério da Saúde nesta segunda-feira (25), a Covid-19 já provocou 23.473 mortes no país.

O novo estudo substitui a projeção anterior de 90 mil mortes em decorrência do coronavírus no Brasil, que foi apresentada no dia 12 de maio, e inclui previsões para 19 dos 26 estados brasileiros que possuem mais de 50 mortes. O instituto diz que refez o cálculo, depois de incluir e analisar novos dados sobre casos, hospitalizações, mortes, testes e mobilidade. 

 

"O Brasil deve seguir a liderança de Wuhan, China, bem como a Itália, a Espanha e Nova York, impondo mandatos e medidas para obter o controle de uma epidemia em rápida evolução e reduzir a transmissão do coronavírus," disse o Dr. Christopher Murray, diretor do IHME. Segundo essa projeção, o pico de mortes pode acontecer na metade de julho.

O modelo frequentemente citado pela força tarefa de combate ao coronavírus da Casa Branca, nos Estados Unidos, vem sendo questionado. O cálculo interativo, com divisão por estados e leitura simplificada, foi reproduzido por diferentes veículos de imprensa internacional e citado por autoridades. 

As projeções do instituto vêm tendo grande repercussão, desde que os EUA se tornaram o epicentro da pandemia, porém cálculos anteriores se mostraram imprecisos. Um artigo publicado no Annals of Internal Medicine levanta preocupações sobre a validade e utilidade das projeções e afirma que a “aparência de certeza é sedutora quando o mundo está desesperado para saber o que está por vir. No entanto, os dados subjacentes e o modelo estatístico devem ser interpretados com cautela”.

Os autores da análise argumentam que as projeções do IHME “pressupõe que a variação sistemática nas curvas de mortalidade entre regiões seja capturada pelo tempo das decisões de distanciamento social e que outras diferenças sejam explicadas por efeitos aleatórios”.

O IHME afirma em seu site que usa modelagem híbrida “que incorpora elementos de modelos estatísticos e de transmissão de doenças”. A metodologia é descrita como tendo como base “dados em tempo real, em vez de suposições sobre como a doença se espalhará. Atualizamos nosso modelo frequentemente para responder a novos dados e novas informações, descrevendo as alterações em nossa página de atualizações de estimativas”.

Variação dos estados que já eram acompanhados em maio:

Estado Estimativa Variação para projeção de 12/05
São Paulo 32.043 mortes Queda - Eram 36.811 (-12,95%)
Rio de Janeiro 25.755 mortes Aumento - Eram 21.073 (+22,21%)
Ceará 15.154 mortes Aumento - Eram 8.679 (+74,60%)
Pernambuco 13.946 mortes Aumento - Eram 9.401 (+48,34%)
Bahia 5.848 mortes Aumento - Eram 2.443 (+139,37%)
Maranhão 3.625 mortes Queda - Eram 4.613 (-21,41%)
Amazonas 3.194 mortes Queda - Eram 5.039 (-36,61%)
Paraná 626 mortes Aumento - Eram 245 (+155%)


Número dos novos estados adicionados na previsão de hoje são:

Estado Projeção
Pará 13.524 mortes
Espírito Santo 2.853 mortes
Minas Gerais 2.371 mortes
Alagoas 1.788 mortes
Rio Grande do Sul 1.165 mortes
Paraíba 1.142 mortes
Goiás 893 mortes
Amapá 529 mortes
Rio Grande do Norte 492 mortes
Santa Catarina 464 mortes
Acre 422 mortes